Para a IATA, “os governos devem reconhecer a importância vital da indústria do transporte aéreo”

por: António Manuel Teixeira

A previsão da entidade que regula a aviação a nível mundial, IATA, prevê que este ano exista uma quebra de passageiros de 46%, face ao ano anterior.

 

A aviação europeia poderá registar perdas de 76 mil milhões de dólares, com uma quebra de 46% de passageiros, face a 2019, devido ao Coronavirus, estima a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês).

No comunicado afirma que existirá “um declínio desta magnitude põe em risco cerca de 5,6 milhões de postos de trabalho e 378 mil milhões de dólares do PIB suportado pelo transporte aéreo”.

O Reino Unido será, de acordo com a IATA, o país mais afectado pelas perdas da aviação devido à pandemia, em que a entidade contabiliza menos 113,5 milhões de passageiros, o que provocará uma decréscimo na receita de 21,7 mil milhões de dólares, colocando em risco 402 mil postos de trabalho e a contribuição de cerca de 32,7 mil milhões de dólares para a economia britânica.

Já a Espanha será o terceiro país mais afectado, segundo as previsões da IATA, estima que contabilize menos 93,7 milhões de passageiros, resultando numa perda de 13 mil milhões de dólares em receitas, ficando ainda em risco 750 mil postos de trabalho e a contribuição de 49,4 mil milhões de dólares para a economia espanhola.

Na Alemanha, as perdas irão ser igualmente expressivas, com uma previsão de menos 84,4 milhões de passageiros e uma perda de receita na ordem dos 15 mil milhões de dólares, o que deixa em risco 400 mil postos de trabalho e uma contribuição de 28 mil milhões de dólares para a economia germânica.

Em França, as perdas deverão traduzir-se em menos 65 milhões de passageiros, provocando uma perda de receita na ordem dos 12 mil milhões de dólares, ameaçando 318 mil postos de trabalho assim como os 28,5 mil milhões de dólares de contribuição para a economia do país.

Já em Itália,estima que se registem menos sete milhões de passageiros, enquanto a receita deverá cair 9,5 mil milhões de dólares, prevendo uma perda de 256 mil postos de trabalho e uma contribuição de 67,4 mil milhões de dólares para a economia italiana.

No comunicado, a IATA volta a apelar aos governos europeus no sentido de apoiarem as companhias aéreas e, apesar de reconhecer que muitos governos já tomaram medidas nesse sentido, defende que “é necessária mais ajuda”, pedindo, por isso, que os governos ajudem as companhias aéreas através de um conjunto de medidas que combine apoio financeiro directo, empréstimos com garantias e alívio fiscal.

A Associação aponta que “a indústria do transporte aéreo é um motor económico, que suporta 12,2 milhões de postos de trabalho em toda a Europa e contribui com 823 mil milhões de dólares para o PIB europeu”, sublinhando que cada posto de trabalho na aviação gera outros 24 empregos em toda a cadeia económica.

Para a IATA, “os governos devem reconhecer a importância vital da indústria do transporte aéreo”, concedendo apoio às companhias, algo que é, segundo a associação, “urgentemente necessário”.

Segundo o Vice-Presidente da IATA para a Europa “primeiro, porque vai manter as companhias aéreas economicamente viáveis durante este período de bloqueio, preservando empregos, mantendo as ligações necessárias para o repatriamento de cidadãos e transportando carga aérea essencial para salvar vidas".

Rafael Schvartzman considera que tudo isso "evitaria maiores danos económicos ao garantir que as companhias aéreas possam aumentar rapidamente as suas operações quando as restrições de viagens forem levantadas”.

Além do apoio dos vários governos europeus, a IATA apela também aos reguladores para que flexibilizem alguns regulamentos, como o regulamento EU261 sobre direitos dos passageiros, para o qual a associação pede uma “alteração temporária”, de forma a permitir que os passageiros recebam um voucher, em vez do reembolso das viagens que foram canceladas, bem como sobre os regulamentos para facilitar as operações de carga.

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