Movimento 'Lisboa Precisa' luta contra a descaracterização de Lisboa

por: António Manuel Teixeira
Movimento 'Lisboa Precisa' luta contra a descaracterização de Lisboa
Pedro Rocha/ Global Imagens

Ex- autarcas, professores, reformados, deputados e engenheiros estão a juntar-se para criar o movimento de cidadãos 'Lisboa Precisa para "erguer a voz" e alertar para a descaracterização da capital.

 

A ideia da criação do movimento partiu de dois antigos autarcas lisboetas - Carlos Marques e Fernando Nunes da Silva - porque "estava tudo calado e meio morto".

Carlos Marques afirmou à Lusa  que "há muita coisa errada na cidade de Lisboa e o caminho que está a seguir a cidade de Lisboa", considerando que se trata de "um caminho errado" que pode levar à descaracterização.

Por isso, decidiram tomar uma posição pública e surgiu a ideia de criar um movimento, embora pensassem que ficaria entre "o círculo de amigos e conhecidos".

O antigo vice-presidente da Assembleia Municipal de Lisboa disse "mas, pelos vistos, isto corresponde a uma ansiedade que existia de muita gente pensadora da cidade e, de repente, já temos 100 subscritores".

O objectivo, explicou Carlos Marques, "para já, é alertar" e, sobretudo, dizer que a maior democracia de todas é a dos movimentos de cidadãos.

Marques referiu que "os cidadãos têm que erguer a voz, não basta eleger os órgãos (...) e depois ficar quatro anos sentado porque quem vai comandar são os grandes interesses económicos, porque hoje Lisboa está a ser comandada pelos grandes interesses económicos globais" que investem milhares de milhões de euros "para comprar tudo" e para "construir torres, transformar a cidade numa cidade descaracterizada que não seja a cidade antiga e, com isso, corre-se o risco de matar a galinha dos ovos de ouro do turismo", salientou.

Até à realização das eleições legislativas marcadas para 06 de Outubro, o movimento irá manter o 'low-profile' porque é "fundamental que não tenha nada a ver com os partidos", apesar de ter pessoas "dos mais variados partidos e gente sem partido".

Carlos Marques reforçou que "nunca perguntei a ninguém que se inscreveu de onde vem e para onde vai. Sabemos o seguinte: é gente que está de acordo que é preciso erguer a voz, vamos erguer a voz".

A partir de Outubro, o movimento deverá começar a organizar debates temáticos sobre temas como o ambiente, o aeroporto, urbanismo, transportes e mobilidade.

Entre os subscritores do movimento estão, além de Carlos Marques e do antigo vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa Fernando Nunes da Silva, os deputados do BE Pedro Filipe Soares e Jorge Falcato, o politólogo André Freire e a historiadora Raquel Varela.

No manifesto que acompanha a 'ficha' de subscrição é referido que "o anúncio do licenciamento de uma torre gigantesca, nos terrenos da antiga fábrica da Portugália, na Almirante Reis, completamente desenquadrada de toda a tipologia daquela avenida, uma das mais antigas de Lisboa, foi a 'gota de água'" para os subscritores "levantarem a sua voz contra os demandos urbanísticos que têm vindo a ser perpetuados na cidade de Lisboa".

No manifesto, os subscritores assumem-se ainda contra o licenciamento de "imponentes edifícios de serviços" da Praça de Espanha, contra o licenciamento do projecto de Entrecampos, "sem qualquer oferta de habitação a preços acessíveis", e contra "o monstro" edificado nas Picoas.

RIU Hotels & Resorts

Amsterdam City Card

Etihad Airways

Actualidade