Marta Sotto-Mayor recomenda que "mais vale atrasar a abertura do que se endividar"

por: António Manuel Teixeira

Subordinado ao tema "Inovar e aumentar a rentabilidade do seu restaurante", a formadora Marta Sotto-Mayor destacou que "os Recursos Humanos não são um custo, mas sim um investimento".

Inserido nas formações do Programa BEST, com formadores das Escolas do Turismo de Portugal, Marta Sotto-Mayor procurou explicar aos proprietários de restaurantes, e profissionais do sector, as medidas que devem tomar para que, nesta fase de abertura, possam captar clientes e aumentar a rentabilidade.

É importante "reconhecer a estreita margem dos negócios da restauração e bebidas", de forma a poder trabalhar com ela. Antes de comprar é bom planear os custos, para que possa aumentar a sua rentabilidade.

Requer uma grande manobra, mas "trabalhar abaixo dos dois dígitos percentuais, torna-nos mais empreendedores", reforçou a formadora.

Marta Sotto-Mayor deu como exemplo inspirador para este sector, um caso de negócio bastante conhecido, Cristiano Ronaldo. Afirmando que "é muito talentoso, preza as questões de ética, é pontual, sabe trabalhar em equipa", entre outras características.

Foi referido que "os empresários da restauração tiveram uma extraordinária oportunidade de acesso a formação, neste período de pré abertura dos restaurantes". Tanto a AHRESP - Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal, como o Turismo de Portugal, que estiveram sempre ao lado do sector proporcionando-lhes vasto leque de apoio formativo.

Outra das sugestões que queremos destacar é que devem "respeitar o conceito e as condições de produção operacional, de segurança alimentar e de rentabilidade".

A ministrante da formação salientou a necessidade da "participação dos colaboradores, clientes e gestores" ser "essencial".

É muito importante perceber que "o menu é uma ferramenta para muito importante para esclarecer e persuadir o cliente" Explicou com vários exemplos "como a descrição do prato e a escolha o tipo e tamanho de letra, e outros detalhes podem induzir positivamente no processo de compra, ou o oposto".

O maior destaque de Marta Sotto-Mayor foi para os Recursos Humanos, considerando que "não são um custo, mas sim um investimento". Reforçou que "no dia em (...) as pessoas virem um custo, está o negócio falhado", pois sem "recursos Humanos não é possível trabalhar". Vincou ainda que "é importante rentabilizar esse investimento".
A formadora está consciente do facto de terem estado dois meses sem facturar, assim como o investimento que vão ser obrigados a fazer para que possam abrir as portas. Recomenda que o empreendedor deve ponderar todos os elementos para conseguir "rentabilizar esse investimento". Será sempre necessário "olhar caso a caso, pois não existe uma formula única", referindo-se ao facto de existirem empresários com grandes dificuldades económicas para estarem a recrutar mais colaboradores. Insistiu ainda que "os Recursos Humanos, não são um custo, mas um desafio positivo".

Marta Sotto-Mayor tem noção das dificuldades que os empresários possam ter com todos os investimentos que lhes são pedidos para ao público. Em resposta a um empresário  referiu que "é importante fazer bem as contas" e ponderar vários cenários. Para o caso de "não conseguir abrir já, é preferível continuar com o 'take away' e a entrega ao domicilio", continuando assim com a possibilidade de fazer entrar dinheiro em caixa, nesta primeira fase. Recordou que "podem recorrer ao apoio do Turismo de Portugal" e também à AHRESP. Ambas as instituições estão a trabalhar para encontrar as melhores soluções que se podem adequar a cada um dos casos. Recomendando que se pondere muito bem se "mais vale atrasar a abertura do que se endividar".

A formadora afirmou que "a nossa gastronomia mantém a sua projecção e não a vai perder nem desaparecer", pelo que se pedem decisões bem ponderadas.

O restaurante pode fechar, no entanto o edifício continua e mais tarde poderá vir outro empresário e, até possivelmente com alguns dos empregados da casa anterior, e os clientes vão regressar. O empresário, que não fez bem as contas acabou por perder tudo, mas a economia continua a girar.

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